Abu Abdullah Mohammed Ben - Batuta
(Ref. 18719)
Lisboa; Na Typografia da Academia; In-8º de 2 volumes com (4) VIII 533(5) e (4) VIII 446 páginas; Encadernado
MUITO RARA primeira edição portuguesa, e uma das primeiras edições das famosas viagens de Ibn Batuta, também conhecido por Ben-Batuta (1304-1368/69), que descrevem cerca de 40 anos de viagens realizadas pelo explorador árabe. Natural de Tanger, decidiu durante uma peregrinação a Meca, alargar a sua viagem por todo o mundo islâmico, tornando-se num dos mais espantosos viajantes árabes, estimando-se que tenha percorrido cerca de 120.000 Km. De forma muito resumida, as viagens de Ibn Batuta passaram pelo Egipto, Síria, provincias do império Grego, Tartaria, Pérsia, Índia e China, esteve em Espanha na Andaluzia de onde regressou a África para, finalmente em 1354, passar a Fez onde passou o resto da sua vida a ditar as suas memórias de viagem ao secretário real Ibn Juzayyat Fez. Durante muito tempo apenas se conheceram pequenos extractos da obra de Ibn Batuta, a partir de um manuscrito conservado na biblioteca de Gotha. Em 1829, Samuel Lee publicou uma tradução mais completa do texto a partir de três resumos existentes em Cambridge e só em 1853 a obra conheceu uma edição completa a partir de vários manuscritos encontrados durante a ocupação francesa na Algéria. Essa edição francesa foi publicada apenas em 1853 e a tradução e notas da responsabilidade de Charles Defrémery e Beniamino Sanguinetti. Segundo nos indica o tradutor para língua portuguesa, José de Santo Antonio Moura, o manuscrito que utilizou para a sua tradução foi adquirido em 1797 em Fez. Este seu manuscrito “foi copiado de outro escrito por Mohammed, Ben Mohammed, Ben Ahamad, Ben Jazi, Alcalbi, Granatense, contemporâneo e amigo de Ibn Batuta, sendo o seu copista o autor do preambulo”. bib: Inocêncio, 4, 241; Enciclopedia of Exploration, p. 97 (B47)
Exemplares com modesta encadernação meia-inglesa da época com sinais de manuseamento. No interior, nas folhas de guarda e junto á lombada, vestígios de xilófagos sem afectar o miolo. Miolo muito limpo e mantendo a sonoridade do papel. Bons exemplares.